27 abril, 2006

Não se deve ignorar bom senso por mera fé

Segundo reporta a MSNBC, cinco jovens morreram no México ao serem atingidos por um raio quando estavam fazendo suas preces ao lado de uma grande cruz feita de metal no topo de uma colina.

Senão, vejamos...

Estrutura alta feita de metal + topo de uma colina + tempestade = catástrofe na certa.

É absolutamente desconcertante (mesmo levando em consideração "origens humildes" ou qualquer bobagem destas) que não tenha ocorrido a ninguém ali o risco desta possibilidade. A irresponsabilidade destes pais acabou custando a estes garotos suas vidas. Realmente lamentável.

24 abril, 2006

Don't Panic

Não, não vamos acabar todos em uma poça fumegante de detritos vindos do espaço por meados do mês que vem. Mais sobre a questão, aqui.

17 abril, 2006

Educação no Trânsito

Em recente viagem de carro pelo sudoeste dos EUA, através de Nevada, Arizona e Califórnia, este missivista se encontrou em três situações distintas no trânsito que o fizeram xingar em voz alta outros motoristas e a situação geral do tráfego, durante um período total de dez dias e 3300 Km percorridos. No dia de trabalho seguinte à volta ao Brasil, no mero trajeto de 35 Km comutando de casa para o trabalho, a quantidade de xingamentos foram quatro. Um xingamento por volta de cada 9 Km percorridos, contra um xingamento a cada 1100 Km percorridos na Califórnia.

Qual seria a razão desta nítida disparidade de humor? Eu não descarto que vários elementos colaboraram para que eu tivesse um ambiente viário bem mais tranqüilo, como qualidade das ruas e estradas, carro com transmissão automática, uso de GPS com navegação curva-a-curva... mas o elemento que eu estou certo que foi o fiel da balança nisto é a maior educação no trânsito dos demais motoristas.

Os Californianos tem muitas piadas sobre o suposto horror que é dirigir em suas cidades, como aquela que cita que eles são tão estressados no trânsito quanto os Nova-Iorquinos, mas sem a mesma habilidade. Embora eu até não coloque em xeque esta fama dos Californianos, uma vez que de fato o trânsito lá me pareceu mais complicado do que de outras regiões dos EUA nas quais já dirigi, mesmo assim a atitude californiana no trânsito é muito, mas muito melhor do que a atitude nossa no trânsito. Comparado aos californianos, supostos péssimos motoristas, nossa educação no trânsito é horrível, e sim, eu me incluo nisto – não há como não, dado os vícios que nós temos no trânsito, os quais acabo tendo por padrão, mesmo com minha preocupação em evita-los ao máximo.

Embora até existam relatos sobre outras nacionalidades serem ainda piores no trânsito do que nós (com o agravante de terem códigos e regulamentações mais precárias), dois errados não fazem um certo, e o que deveríamos fazer é nos aproximarmos mais da melhor educação americana nisto do que a um eventual baixo denominador comum entre outros países.

Sim, sim, querer julgar isto tudo apenas pela minha experiência pessoal pode ser um pouco de evidência anedota, é verdade. Mas a disparidade clara que pude perceber entre a educação viária nossa e a americana é simplesmente grande demais para se negligenciar estas possibilidades.

11 abril, 2006

História? História? Então vamos falar de história.

De todos os argumentos que tem sido falaciosos sendo utilizados para se defender a manutenção da Varig, o mais enojante tem sido é claro o seletivo apelo à "história" que seus Pretorianos tem feito, afirmando que nos 79 anos de sua história a Varig fez isto, a Varig fez aquilo, blá, blá, blá. Tudo muito bonito, e a Varig de fato tem sua parcela na história da aviação brasileira. Mas se o assunto então é história, vamos também nos lembrar da participação da Varig na vendetta que o governo militar fez para destruir a Panair do Brasil, esta sim uma companhia aérea que teve um papel fundamental na construção e desenvolvimento da infra-estrutura e da cultura da aviação civil brasileira.

Foi a Varig que construiu dos anos 30 aos 60 a rede de comunicações e navegação que dava suporte a navegação aérea no Brasil? Não, foi a Panair. Foi a Varig que literalmente construiu e operava aeroportos no Norte e Nordeste? Não, foi a Panair, e toda esta infra-estrutura foi saqueada pelo estado quando da sua liquidação fraudulenta. Eram as agências da Varig na Europa, Ásia, África e Oriente Médio a servirem de "virtuais embaixadas" brasileiras nestes locais? Não, eram as lojas da Panair, as quais muitas depois se tornaram da Varig, para ela agora ficar arrotando esta arrogância. Foi a Varig que criou a Celma, a então melhor empresa de manutenção de aeronaves no país? Não, foi a Panair.

Em fevereiro de 1965, onde é que estava então o patriotismo da Varig em assumir as rotas da Panair do Brasil para os estados da Amazônia, que voava para lá de Catalina e outros hidroaviões? Assumiram estas rotas? Não, claro que não. Ficaram com Paris, Londres e quetais, rotas assumidas com uma rapidez e eficiência absurda, mas atender a Amazônia? Há! E AGORA querem vir com a pachorra de afirmar que este país tem que dar graças à Varig pelo desenvolvimento de sua aviação civil? Este tipo de revisionismo histórico é um desrespeito e um acinte. Então, já que querem tanto usar da conversa fiada de "Apelo a Emoção", "Apelo à Piedade" ao invocar para a "história" da Varig, então vamos lembrar também dos capítulos ruins desta história, e pararem de tomar para si determinados créditos históricos os quais não lhes pertencem todos.

08 abril, 2006

Afinal de contas, contam o final

Voltando da locadora, vejo hoje que a Fox Home Vídeo brasileira acabou de lançar a coleção dos filmes da série O Planeta dos Macacos em DVD, e deu para perceber que a arte da capa do filme original continua perpetuando algo que sempre achei ridículo: o final do fime, e a maneira que a revelação ocorre, estão descaradamente expostos na própria capa do DVD. Isto não é de hoje -- uma versão do filme no finado formato DIVX (não confundir com o codec de mesmo nome) já demonstrava o mesmo problema desde 1999, pelo menos.

Eu sinceramente gostaria de saber se a turma na Fox Home Vídeo considera tão fundamental assim ter na arte da capa, na superfície do disco e nos menus do DVD, um sério spoiler que, em uma mera imagem, revela todo o final do filme. OK, O Planeta dos Macacos é um filme famoso por décadas, e muita gente conhece o final, famoso que é, e muito referenciado em diversas outras mídias (episódio da 7T de Os Simpsons o demonstra, por exemplo). Ainda assim, há pessoas que não o assistiram por x, y ou z razões, e no que forem fazer, já são apresentadas ao final, e mesmo que enquanto o assistem poderiam deduzir o final, ainda há a coisa de terem visto com antecedência como o final é revelado. E não acredito que haveria tanta necessidade comercial assim para se fazer a arte da capa da maneira que foi feita.

01 abril, 2006

Apple Computer completa 30 anos

Neste primeiro de abril, a Apple Computer faz trinta anos, o que remete a uma época da história da informática a qual aprecio muito conhecer, o período entre meados dos anos 70 ao final dos anos 80. Como já comentado anteriormente aqui n'O Malho, o telefilme Piratas do Vale do Silício é uma boa representação do período da história entre meados dos 70 e 80, mas certamente não conta em detalhes a história toda. Para este fim, a minha recomendação recai sobre alguns livros: Milionário por Acaso, de Lee Butcher (focado na Apple), The Making of Microsoft, por Daniel Ichbian e Susan Knepper (focado na Microsoft) e Impérios Acidentais, de Robert Cringely (uma tomada mais geral da coisa).

Particularmente no que diz respeito a utilização desta ou daquela família de arquiteturas e/ou sistemas operacionais, este missivista é bem pragmático. Costumo utilizar corriqueiramente diversos Macintoshes com variantes Phanter e Tiger do Mac OS X, bem como PCs regulares com versões 2000 e XP do Microsoft Windows, e já estou me educando com o Linux em versões das distribuições Conectiva e Yellow Dog. Tenho papéis bem definidos para cada uma das plataformas, e tendo trabalho a ser feito, não acredito que se deva perder tempo em firulas sobre qual destes todos é ou não o Rei da Cocada Preta da informática, mas sim os escalarem e os aplicativos que suportam para os trabalhos os quais cada um é mais indicado, e ponto final. O resto é tentativazinha barata de se ideologizar o que não precisa -- nem deve.