31 outubro, 2005

Imbecil do Dia

Como comentado aqui neste espaço anteriormente, a imbecilidade prospera quando homens racionais nada fazem. Há de se denunciar a cretinice para que ela não se propage e não prospere.

Recentemente, acabou acontecendo de em uma transmissão da C-SPAN (equivalente americano da TV Senado), Kamau Kambon, um professor de estudos africanos da Universidade Estadual da Carolina do Norte, durante uma palestra soltou a seguinte pérola:

And the one idea is how we are going to exterminate white people? For that, in my estimation, is the only conclusion I have come to. We have to exterminate white people of the face of the planet to solve this problem.

(E a idéia é como é que nós iremos exterminar os brancos? Pois isto é, em minha avaliação, a única conclusão a que posso chegar. Nós temos que exterminar os brancos da face da Terra para resolver este problema.)

Não, você não leu errado. E aqui temos o vídeo (~4,5MB .WMF), nada menos, dele declarando tal sandice. Algo absolutamente asqueiroso, onde ele generaliza, simplifica e ignora pontos completamente fundamentais em sua "avaliação". Idiotice pura, claro.

Este cidadão é um professor da Universidade Estadual da Carolina do Norte, nada menos. Supostamente, alguém que deveria ter um mínimo -- mínimo -- de bom senso para não ter uma visão idiota como esta. Mas aí está. Se o papel fosse o exato inverso da medalha, com um extremista branco advogando em TV aberta pelo extermínio dos negros (e há aqueles aí fora que também acreditam em tal cretinice), o cidadão provavelmente teria sido arrastado para fora do prédio a tapas, merecidamente. Racismo, e principalmente defesa de genocídio e limpeza étnica são imbecilidades de caráter criminoso, mas aí temos um afro-americano que se encaixa nestes critérios.


Bom para ele que a Primeira Emenda dos EUA é o que garante o direito dele de poder falar as bobagens que deseja, direito este garantido a todos, brancos e negros. Só resta saber se no Reich Negro que este cidadão parece desejar, este direito também seria assegurado; mas se o que conhecemos de "reichs de pureza étnica" indica alguma coisa, podemos especular que não, claro. Felizmente é bom saber que, pelo menos, imbecis como este estarão sempre relegado à irrelevância em que merece estar.

29 outubro, 2005

28 outubro, 2005

A se manter em mente

Duas boas frases lidas na Internet hoje:

Tudo o que basta para a imbecilidade prosperar são pessoas racionais não fazerem nada a respeito.

Se cretinices não são denunciadas por receio de se ofender determinadas pessoas, então nunca irão parar. Se precisa definir uma linha e dizer, "Chega disto".

27 outubro, 2005

Meteção da Cabeça na Areia

Agora que as baixas americanas no Iraque passaram da linha de duas mil, os desculpistas desta Administração do Dubya estão colocando a sua máquina de racionalização para andar. Como Victor Hanson, por exemplo, que em um artigo, afirma que se deve "colocar em contexto" as baixas, e disto, faz uma absurda e inaplicável relação entre o rolo iraquiano e a Segunda Guerra Mundial, nada menos. Só que além desta comparação per se ser sem propósito, vamos colocar no seguinte contexto para o cidadão: a "guerra" acabou, correto? "Missão Cumprida" declarada pelo Dubya vários meses atrás e coisa e tal. A grande maioria destas baixas são de escaramuças e operações na ocupação pós-guerra, supostamente. Mas traçar um contexto entre esta ocupação e a ocupação americana da Alemanha e do Japão no pós-2GM ele não parece interessado em fazer, huh?

Novamente: chega a ser imoral querer usar o "senso de necessidade" que a 2GM possui para querer justificar a absoluta meteção de pés pelas mãos que foi esta invasão do Iraque, o imenso desperdício de valiosos recursos militares americanos que foi esta invasão do Iraque, e o completo desvio de foco que colabora para diminuir a segurança e defesa dos Estados Unidos. Mas para esta atual administração e seus desculpistas, nada disto parece realmente importar.

Dia Ruim para o Cupinchismo

Harriet Miers renunciou a sua pré-nomeção para a Suprema Corte dos EUA. Não é realmente de se espantar, claro. Até mesmo diversos segmentos conservadores americanos ficaram indgnados com esta nomeação que o Dubya queria fazer, beirava a irresponsabilidade: a cidadão claramente não tinha cacife para querer a colocarem na Suprema Corte.

25 outubro, 2005

Free Chilly Willy

Recentemente, o documentário francês A Marcha do Imperador, sobre os hábitos de uma espécie de pingüins, se tornou um documentário muito popular nos EUA devido a um boca-a-boca promovido pelas comunidades fundies, especialmente do meio-oeste e sul, por estes recantos. Acreditam que pelo que é observado no comportamento dos pingüins no filme, a fita então serviria bem para advogar "valores cristãos" como monogamia, família e até mesmo serviria para endossar a bullshit do "intelligent design", ou "criacionismo em paletó barato".

Contudo, em um
artigo recente para o The Times, durante o Festival de Cinema em Londres, o diretor Luc Jacquet refutou claramente esta besteira de "leitura" do filme, afirmando que comportamento monogâmico não é realmente um comportamento típico de pingüins, e que na verdade o filme até serve bem como um argumento contra o "intelligent design", como diversos cientistas colegas de Jacquet lhe comentaram -- sendo que o próprio Luc Jacquet também é primariamente um cientista e pesquisador, e não um cineasta.

23 outubro, 2005

A Mãe de Todas as Ironias

Este missivista foi, e continua sendo, fundamentalmente contra o referendo per se, pelas razões já comentadas anteriormente aqui em artigo de O Malho. Isto posto, eu posso dizer que apesar disto, tiro muita satisfação do resultado final do Referento. Não pelo resultado em si, mas pelo que significa de demonstrar a burrice suprema dos anti-armas no Brasil, a sua total incompetência, e a revelação de sua hipocresia e cinismo enauseantes.

Três meses atrás, o Datafolha dava como sendo 80% dos eleitores a favor do Sim. Antes disto, também haviam ainda muitas outras pesquisas, como este link do Desarme.org
demonstra.

E neste próprio link deste website a favor do desarmamento, fica claro uma coisa: toda a idéia de se realizar o Referendo, partiu da ala favorável ao desarmamento. E o que foi o resultado final? Até com 76% de urnas apuradas, já matematicamente após o ponto de não-retorno, estamos com 64 a 35 em favor do Não.

Pois é... este foi o resultado final. Provavelmente uma das mais significativas viradas eleitorais da história deste país. E qual tem sido algumas das reações desta ala que fez tanta questão do Referendo? Agora, agora, AGORA, este mesmo pessoal vem com as seguintes conversas fiadas:

"Brasileiro não sabe votar!"

"Retrocesso!"

"Lobby de armas é forte!"

E poraí vai.

Oooooh, boohoo. Boo... fucking... hoo. Pois claro, claaaaaaaaro: eles acham que a ferramenta da Ditadura da Maioria só é legal de se usar se ela servir à sua agenda de intenções, não? Se ela dá o resultado que querem, então é "Democracia em Ação". Se ela não dá o resultado que querem, então é "Retrocesso", "Não sabem Votar" e poraí afora.

Não fizeram questão de usarem da ferramenta da Ditadura da Maioria? Então agora aceitem o resultado disto de que tanto fizeram questão em primeiro lugar. E aceitem com um sorriso.



Não, mas como é que um grupo de políticos e ativistas, como estes do Viva Rio e outros tantos anti-armas, como é que eles podem ter sido tão incompetentes e idiotas assim? Foi literalmente, um tiro no pé. Foi literalmente o tiro saindo pela culatra: ao fazerem tanta questão do Referendo, crentes que a vitória ela líquida e certa, conseguiram duas coisas: primeiro, conseguiram reverter a opinião pública de um 80% a favor do desarmamento para uma coisa de 35%.

E em segundo lugar, conseguiram fazer com que surgisse no Brasil movimentos minimamente organizados a favor das armas. Ainda que o "lobby pró-armas" no Brasil continue sendo uma piada, se comparado por exemplo, ao Instituto de Ação Legislativa da NRA, pelo menos ele cresceu e se solidificou como jamais esteve, e agora contanto com um endosso formal popular, nada menos. Endosso formal popular este lhe jogado no colo exatamente pelos anti-armas. Respeitada as devidas proporções, o resultado final deste referendo vai passar a ter para a "Bancada da Bala" no Brasil um papel equivalente ao que a Segunda Emenda da Constituição dos EUA tem para os grupos pro-arma americanos...!

22 outubro, 2005

Avaliação de um Caso

Alguns dias atrás, comentei a respeito de como aqui e ali sempre aparecem certos tipinhos, tanto na Internet, como fora dela. Não demorou muito, e aqui estamos em frente a um destes, e sobre o qual alguns comentários são pertinentes de serem feitos. Se existe um tema mais imbecil a ser debatido na Internet, é uma questão que o fandom de ficção-científica vez e outra levanta: em um confronto militar entre forças do universo de ficção de Jornada nas Estrelas, e forças do universo de ficção de Guerra nas Estrelas, quem ganharia?

Ridículo, não? Sem dúvida, mas não dá para imaginar o quanto de debate acalorado esta aparentemente inócua e irrelevante questão é capaz de gerar. Eu particularmente me interesso em acompanhar vez e outra tais questões por considerar que este tema serve de ótimo campo de treinamento para capacidades de debate: tem bastante material a ser analisado, é inofensivo o bastante para não ter o menor problema em ser "provado errado" nele, mas gera polêmica o bastante para criar discussões desafiantes, de modo a se poder exercitar as capacidades de debate. Seria meio como praticar esgrima: a razão da luta ali não é "vencer" ou "perder", mas na verdade se aproveitar a luta em si para se exercitar as capacidades.

Mas vamos acompanhar o comportamento de um típico trektardo que leva tão a sério a questão, sente-se tão incomodado de que não consegue argumentar adequadamente em favor de seu aparente "lado favorito", que gera uma tentativa patética de ataque pessoal. Começou uma vedetta na comunidade claramente esperando ganhar atenção. Bem, atenção é o que ele queria, então atenção foi o que ele conseguiu. Vamos a pontos específicos da postagem. Vou manter o texto exatamente como digitado na mensagem original, apenas o destacando em itálico:

Gostaria que entrasse uma pessoa que gostasse de star trek e tivesse tanto tempo para fazer nada alem de ficar da vida alem de assistir todos os episódios ridículos de SW frame a frame pra achar defeito e não tivesse rixa pessoal com os produtores da Paramount...AFE...

Começa abrindo com algumas boas falácias: generalizações e exagerados falsos dilemas, pois quer estabelecer que este missivista supostamente não tem como se lembrar de detalhes específicos para usar no debate a não ser se passasse a vida assistindo aos episódios. Típico. É fascinante observar também que o trektardo cuidadosamente não se dirige a minha pessoa diretamente na sua resposta ao tópico, mas dado seus comentários, é evidente que ele fica de firulas para procurar estabelecer uma situação classe "caparuça serviu". Certamente faz isto porque não quer que suas provocações violem as Regras de Engajamento da comunidade, de modo a ser punido, e também conta que eu é quem violaria as regras ao eventualmente colocar uma resposta à altura de suas provocações. Mas isto apenas mostra que ele realmente não tem as bolas de dizer direto aquilo que tanta deseja dizer, é claro.

prq tudo em SW é lenda e em star trek é culpa da franquia?

Aqui, o trektardo se refere genericamente a um comentário da discussão em que foi argumentado que escudos defletores de naves de Guerra das Estrelas não desviam matéria, mas apenas energia. Ao invés de generalizar como ele faz, vamos fazer um aparte para específicos: esta questão é uma lenda comum porque é baseada na percepção de que o escudo magnético em volta do tubo de exaustão da Estrela da Morte impedem tiros de blasters dos X-Wing, mas não impedem torpedos, como visto no Episódio IV da trilogia. Mas como se trata de uma porta de exaustão, é evidente que aquele escudo não pode parar matéria, pois senão, como é que iria "exaurir" alguma coisa? E o fato de este escudo é deste jeito não invalida as outras características demonstradas em tela de outros escudos em Guerra nas Estrelas. É uma análise fácil de ser feita e é uma conclusão fácil de se chegar, mas não para ele, provavelmente.

Pelo amor de deus gostem dos filmes, gostem das series seja SW ou ST, mas não dediquem suas vidas a isso. Viver é bom e o mundo real pode não ter naves e tudo mais, mas é o que vc tem, não cacem sarna pra se coçar.

Aqui, o trektardo está querendo vir com um "argumento" classe "Get a Life", procurando estabelecer que aqueles que procuram debater adequadamente o tema são fanáticos sem vida. É evidente que ele mesmo se importa horrores com o debate, mas quer disfarçar isto ao fazer esta colocação. Ao que parece, realmente acredita que ninguém ali tem mais o que fazer, e só ele é responsável e sadio. Bem comportamento de trektardo, claro: acha que ele que é normal, os outros que são malucos.

Quero um treker aqui

Aqui, ele clama por alguém que supostamente "defenda" mais o "lado" de Jornada nas Estrelas. Provavelmente o trektardo assume que, aos meus argumentos serem favoráveis ao lado de Guerra nas Estrelas, eu não devo gostar de Jornada nas Estrelas, daí acreditar que se precisa de um trekker ali. Assim, o que deve ocorrer é que ele talvez imagine que eu ser colaborador voluntário em escrever elaborados colunas e artigos (como este, digamos) em um bom site brasileiro sobre Jornada, é porque "eu não seria um trekker. Ou talvez ele acredita que eu ter autorado durante dois anos e meio uma fanfiction de 180 páginas pesadamente baseada no universo de Jornada é devido a "eu não gostar" de Jornada. Ou ainda que eu ser um dos administradores, nada menos, de um segundo bom site brasileiro de Jornada é devido a "eu não ser" um trekker. E para não falar nada no fato de que, embora até aprecio a saga de Lucas (ainda que não a Nova Trilogia), as minhas participações no fandom de Guerra nas Estrelas são completamente inexistentes. Acredito que estas evidências mostrem bem para onde tende a minha preferência pessoal enquanto obra de entretenimento. Mas não que importe para o trektardo, claro -- sem isto, ele fica sem o seu falso dilema.

Debate irrelevante ou não, bobagem ou não, uma vez que se estabeleceu um debate tipo "versus", o que deve ocorrer é como com qualquer outro tipo de debate: se avaliar as características de ambos os universos de ficção, imparcialmente, e então se estabelecer uma conclusão disto, seja ela qual for. Agora, isto é esperar demais dele, provavelmente. Ele acredita que é uma questão de "lealdade", daí acabar surtando por o seu "lado" estar mais desguarnecido no debate do que o "outro lado".

pois ate o dono da comunidade parece gostar mais de SW do que de Star Trek, prq ai podemos ter uma luta justa eu tenho meu filho e uma vida e não tenho tempo de ser viciado tenho mais ou que fazer só me sobra tempo de ser fan das duas series de pronto.

Ah, o velho argumento de fanboy nas linhas "pai de família". Vamos traduzir para o Português isto que ele escreveu: "Bom, deixa eu estabelecer que não sou um geek, mas eles quem são, assim, santifico meu argumento." Seria mais ou menos isto que ele quis dizer acima.

Mas uma vez muito obrigado e não levem nada pro pessoal, lembre-se é só ficção, não é de verdade é mentirinha...rs

Traduzindo o que ele disse: "Não quero que aconteçam reações nenhumas as minhas provocações e não quero ter que aceitar as conseqüências do que eu escrevi." Típica atitude de trektardo, é claro. Não quer realmente ter que enfrentar conseqüências algumas as suas provocações e não tem as bolas de se manter pelo que fala, e não fala na cara o que tem para falar.

É claro que deve ter resposta logo de manhã mas não esquenta não se eu não responder prq tenho que cuidar de coisas imporatntes e reais...

Traduzindo o que ele quis dizer: "Como eu sei que não terei capacidade para contra-argumentar (daí eu não querer que aconteçam reações), deixa eu já estabelecer que seria como se eu não quisesse voltar ao tema."

Mas em um certo ponto aqui ele pode até ter alguma razão. Fiquei tão fascinado pelo tamanho do ridículo de sua mensagem, por ela ser tanto um "caso típico" de comportamento do trektardo, que ao invés de gastar alguns minutos para rascunhar uma mensagem de resposta lá, não resisti a criar um artigo ao blog, para servir de seqüência ao artigo original. Pois é de se considerar que a análise deste tipo de comportamento em uma mensagem provocativa destas gera o mesmo tipo de fascinação enauseante de um cachorro morto na estrada: é horrível, mas não se consegue tirar os olhos.

A defiant daria um pau feio naquela pizza mal feita e caindo aos pedaços, só sendo bem lerdo pra acreditar que uma sucata ia ganhar de uma nave de guerra tripulada por pessoas treinadas.

Aqui, ele se refere a específicos do tópico em questão. Mas como ele não consegue realmente argumentar com propriedade para defender este seu ponto de vista, o que lhe restou foi vir com a seqüência de várias mensagens na comunidade nestas linhas da lenga-lenga de seu "Get a Life" (sim, não foi a única mensagem que ele colocou lá -- clássica vendetta). Mas vamos ver o que ele argumentou: a Millenium Falcon já demonstrou capacidade de sobrevivência contra naves de porte militar em Guerra nas Estrelas. A tripulação da nave, Chewie e Solo, são veteranos de guerra e ex-militares, como estabelecido nos filmes e Universo Expandido. Assim, neste quesito, estão pau-a-pau com as características da sua adversária no tópico, a nave federada Defiant e sua tripulação... "militar".

Mas é claro isso tbm vai ser questionado daquele jeito irritante...>>>>>>>>>>>>

Ah, esta aqui é ótima. Ele invocou com o meu uso de sinais de maior para destacar os trechos das mensagens anteriores a qual faço referencia nas respostas. Aparentemente, ele desconhece que o uso de sinal de maior para destacar a citação ao que se está respondendo é uma prática absolutamente comum na Internet pelo menos desde os anos 80, quando o e-mail na forma que conhecemos surgiu. Mas pelo que parece, o trektardo acredita que a Internet foi inaugurada no dia que ele entrou on-line, ou talvez no dia que o Orkut foi criado. Mas não é de se espantar, também: o Orkut sendo a Newbilônia que é, isto explica muito. O Orkut tem mais novatos por megabyte de armazenamento no servidor do que até as infames salas de debate da AOL americana.

Como podemos ver, aturar determinadas pessoas no fandom é realmente uma tarefa árdua, e realmente é de se perguntar se vale mesmo a pena. A resposta é um fácil e sonoro não, claro. Pois é mais um destes que me aparece pela frente. No Orkut, no FTB, no J-BBS, em listas por e-mail e inúmeros outros lugares, eu realmente já estou farto de troll, trektardo e fanboy ficarem escarrando imbecilidades e ficarem questionando se sou ou deixo de ser um apreciador de Jornada ou não. Chega. Para tudo tem limite.

21 outubro, 2005

O insubmergível rebocador fluvial

O majestoso Titanic podia ser metido a se gabar sobre ser insubmergível e toda aquela cascata, mas falar é mais fácil do que fazer. Este pequeno rebocador fluvial é que de fato mata a cobra e mostra o pau. Vale a pena a visita.

20 outubro, 2005

Tava boa a janta, Mike?

Como esta matéria da Associated Press, no website do Washington Post relata, um testemunho acompanhado de evidências de um oficial da FEMA demonstra claramente que o cupincha incompetente do Dubya que dirigia a agência, Michael Brown, clara e abertamente mentiu em suas declarações de que ele "desconhecia" a gravidade da situação em Nova Orleans por dois dias depois das inundações terem iniciado.

Marty Bahamonde, o oficial mais graduado da FEMA que primeiro chegou a Nova Orleans, mandou inúmeros e-mails para Brown e seus assistentes, descrevendo claramente a situação caótica e desesperada no local, e também fez inúmeras ligações telefônicas para seus superiores, mas nada foi providenciado. Em dado momento, a secretária de Brown chegou até a dizer que seu chefe estava ocupado em se dirigir para um jantar e que isto iria tomar tempo e afins.
Tais e-mails aparecerem agora no que Bahamonde testemunhou no Comitê de Segurança Doméstica do Senado, que investiga as resposta federais a situação inicial após o Katrina. Ou seja, Michael Brown não apenas mentiu em suas entrevistas à imprensa sobre sua incompetência. Ele acabou mentindo também no seu depoimento ao Senado dos EUA, nada menos.

Contra Café

Enquanto no Brasil certos ex-guerrilheiros do Araguaia viram dinossauros se pendurando em benesses governamentais e se tornando "ôtoridadi" receptores e distribuidores de recheadas malas, os ex-guerrilheiros de outros países parecem estar mais dispostos a pelo menos tentarem alguma coisa que possa os tornar empreendedores. Como alguns dos ex-Contras da Nicarágua, que lutaram contra a ditadura de Somoza, e depois contra os Sandinistas, e que agora são cafeicultores e contam até mesmo com uma cooperativa que distribui o seu café nos EUA com toda finesse digna de uma verdadeira Starbucks e afins. Mas talvez fosse esperar demais dos "lutadores pela liberdade" brasileiros, claro. Coisa de "burguês" demais para eles, provavelmente.

Bonito, huh?

Eu ainda acho que nós vamos ouvir mais sobre o caso do vazamento da identidade da agente da CIA Valerie Plame; o investigador designado pelo Departamento de Justiça para o caso, Patrick Fitzgerald, é tido com boa reputação para cutucar na ferida, doa aonde doer, e pelo que as investigações vem avançando, dois assistentes-sêniors do Vice-Presidente Dick Cheney, John Hannah e David Wurmser, estão oferecendo boa cooperação para Fitzgerald.

A investigação procura determinar se o vazamento da identidade da agente foi uma manobra política de bastidores orquestrada pela Casa Branca para desacreditar o marido de Valerie Plame, o ex-embaixador Joseph Wilson, por este ter feito duras críticas as políticas externas da atual Administração em relação as ações no Iraque e a subsequente guerra. Revelar-se a identidade de operativos de agências de inteligência dos EUA é considerado grave crime federal nos EUA, classificável como ato de traição ao país, e há agravantes de vendetta política relacionados a confusão, então não é matéria pequena.

Entre outros, Lewis Libby, chefe-de-gabinete de Cheney, e Karl Rove, vice-chefe-de-gabinete do Dubya podem estar enrolados na história. O Rove já começou a sentir a temperatura subir várias semanas atrás, quando ficou claro que ele muito certamente deve ter alguma coisa a ver com a história, por mais que a cupinchada dele e do Dubya neguem os fatos -- uma investigação feita pela Newsweek estabeleceu que é bastante provável que ele foi uma das fontes da matéria da Time que levou a revelação da identidade de Plame como operativa da CIA.

Isto também demonstra claramente a mesquinharia desta atual administração até mesmo com os recursos da comunidade de inteligência dos EUA: colocam em risco não apenas uma agente, mas também não se fazem de rogado de ficarem travando toda a capacidade das agências de inteligência do país como a CIA, e como se não bastasse, distorcendo e deturpando as análises feitas pela agência para servir a sua agenda de intenções, como os relatos sobre as capacidades de armas de destruição em massa do Iraque posteriores a guerra; e depois que isto explodiu na cara desta administração, quiseram fazer da CIA um bode expiatório ao alegarem que "os dados não eram precisos". Bem coisa de fuinhas inescrupulosos, mesmo.

19 outubro, 2005

Agora você tem... agora não tem!

A atual Administração do Dubya parece realmente dedicada a querer literalmente sacanear os homens e mulheres servindo de uniforme pelo EUA. Entre lambanças mais específicas, como a morosidade em distribuir adequadamente proteção corporal para as tropas, e lambanças mais gerais, como meter o Exército dos EUA em virar babysitter de um país que não estava quebrado em primeiro lugar, ao invés de o utilizar de maneira mais adequada para realmente defender o país, agora são violações de promessas sobre tropas especializadas em determinados campos terem seus prometidos bônus caso mantivessem em serviço por períodos extras.

Não dá para entender realmente como é que se encara o Dubya, a sua cupinchada e o Partido Republicano em geral como sendo supostamente os mais adequados para defesa e os que respeitam mais as tropas -- não são nem uma coisa, nem outra. Colocam em sério risco a segurança e defesa dos EUA com estas políticas, esticam e tensionam desnecessariamente os recursos militares do país e fazem desrespeitos como estes com as tropas.

18 outubro, 2005

Uma Palhinha

Só comentar e nada demonstrar não é lá muito correto, não? Assim sendo, segue abaixo um exemplo de poesia que se pode encontrar na aqui já comentada Joaquim, para apreciação dos leitores. Manuel Bandeira o escreveu especialmente para a revista, publicado no número 17, em março de 1948.

Rondó do Atribulado do Tribobó

No vale do Tribobó
Tinha uma casa bonita
Com varanda de dois lados
Várias cadeiras de lona
Redes rangindo gostosas
E dentro pelas paredes
Uns quadrinhos mozarlescos
Como os cocôs de Clarinha...
Mas era um calor danado!

Lá fora em frente de casa
Tinha um bosque muito agradável
Todo de madeira de lei
-- Cedros jacarandás paus d'arco –
Debaixo de cuja sombra
Era bom ficar fumando
Embalançando nas redes
Contando bobagens...
Mas era um calor danado!

Dentro de casa o confôrto não deixava nada a desejar:
Luz elétrica gelo instalações sanitárias completas
Água quente de serpentina a qualquer hora do dia
Comida ótima
A mulher do homem que estava passando uns tempos no sítio era uma senhora distintíssima
Tinha três filhos: Rodrigo Luis que quando se referia aos planetas dizia "o Vênus", "o Mártir", etc; Joaquim Pedro bonitinho p'ra burro mas muito encabulado; e Clarinha, a mesma cujos cocôs já falei atrás.
Os meninos viviam de espingardinhas caçando taruíras
O atribulado achava tudo isto delicioso familiar bucólico repousante
Mas era um calor danado!

Na véspera da partida
Faltou água. Vejam só!
Foi um pânico tremendo
No sítio do Tribobó.
O atribulado desceu
Sacudido num fordinho
P'ra Maria Paula Baldeadouro Cova da Onça Fonseca Niterói
E embarafustou numa barca
Onde por cúmulo do azar
Surgiu o Martins errado!
(Não havia possibilidade de evasão
Nascer de novo não adiantava
Todas as agências postais estavam fechadas
Fazia um calor danado!)

Manuel Bandeira

17 outubro, 2005

Sim, Madame Presidente

Falando em The West Wing, me cai na mão os dois primeiros episódios de uma nova série de TV no gênero, Commander in Chief, produzida pela ABC. Trocando em miúdos a premissa inicial, o atual Presidente Bridges, um republicano, tem um derrame seguido de morte súbita, e assim, Mackenzie Allen (interpretada por Geena Davis), a Vice-Presidente, assume o cargo, fazendo com que seja a primeira mulher Presidente dos Estados Unidos. Contudo, Bridges a havia escolhido para estar na sua chapa em uma mera mistura de manobra de relações públicas com cuidado de trazer bagagem intelectual para a sua Administração, considerando que a moça tem vários prêmios Nobel, é habilidosa analista de política internacional, pertencente ao meio acadêmico, etc, etc. Um fator a mais na conversa toda é que Allen não é nem republicana ou democrata, o que fez dela o primeiro político de caráter independente a assumir a Casa Branca em mais de dois séculos; George Washington foi o primeiro.

Assim, Allen tem que enfrentar as reações iniciais contrárias de inúmeras pessoas frente a situação de ela assumir o cargo de um Presidente com o qual nunca concordou realmente com a agenda dele. O episódio-piloto se dedica a estabelecer as ponderações que ela faz para finalmente decidir manter-se no cargo, ao invés de renunciar para que o Speaker of the House assumisse, alguém que o finado POTUS parecia realmente preferir. Interpretado por Donald Sutherland, Nathan Templeton parece ser um Tom DeLay mais refinado, o que diz muito sobre as razões pelas quais Allen não estava mesmo gostando da idéia de ter que renunciar para que este mais preferido do "establishment" assumisse o cargo.

Commander in Chief está claramente querendo ser a The West Wing da ABC -- bastam 15 minutos dentro do piloto para qualquer um ver as semelhanças intencionadas pela equipe de produção com a série da NBC: com Geena Davis, tem um nome de peso de Hollywood para servir como POTUS, tem o tom solene das cenas, a fotografia e desings de produção, as posições e características dos personagens que lista, o andar apressado pelo corredor com câmera seguindo, até a típica foto preto-e-branca de uma pessoa angustiada de costas no Salão Oval na abertura, está tudo lá.

Mas pelo menos neste primeiro momento, não dá para encarar CinC como senão um "genérico" de TWW: o tom geral da trama me pareceu um tanto quanto simplista, e a série carece um pouco do diálogo rápido e inteligente típico dos primeiros anos de TWW, marca da equipe liderada pelo criador da série, Aaron Sorkin. A série da ABC também vai precisar demonstrar que pode desenvolver e entregar personagens de peso, peça fundamental em uma série com estas características. Intelectualmente, Allen é uma Bartlet-de-saias; e visualmente, com belas pernas por debaixo das bem-cortadas saias, tudo muito bom. Mas isto só não basta e tanto ela como o grupo de personagens geral terão que mostrar a que vieram, e espero que a equipe criativa de CinC saiba os desenvolver a todo seu potencial e ao potencial da premissa. E sinceramente espero que eles não desandem para estabelecerem de maneira exagerada situações de "mulher-presidente"; é uma premissa que acho interessante, mas isto por si só não segura uma série inteira.

É verdade que é um tanto quanto prematuro para querer mesuarar o total potencial de CinC, bem como é um tanto quanto injusto querer balizar este potencial por eventuais comparações com TWW, mas ao se meterem a colocarem em campo uma série exatamente com as características que colocou, então a coisa praticamente acontece por padrão. Mas enfim, gostei do que vi por ora, embora ainda é cedo para saber se vou me entusiarmar com a série. Aguardemos.

16 outubro, 2005

Debate ao Vivo


Para os que acompanham a série The West Wing, este formato de episódio deverá ser bem interessante. Um dos episódios desta série durante a sua campanha presidencial será transmitido ao vivo, nada menos -- com Jimmy Smits (interpretando o democrata Matt Santos) e Alan Alda (interpretando o republicano Arnold Vinick) atuando como em um debate regular; durante o evento, a ação também ocorrerá na hora prévia ao debate em si e alguns momentos depois, incluindo outros personagens, como o pessoal envolvido na campanha de Santos, por exemplo. A transmissão ao vivo do episódio está marcada para 6 de novembro, as 20 horas, horário do leste dos EUA.

Como costumo acompanhar a série, estou curioso para ver este episódio, embora na sua provável versão editada para reprises, claro. Ainda que uma versão idealizada da política dos EUA, The West Wing mesmo assim consegue manter um bom equilíbrio entre o idealismo e a realidade, aliado a um bom trabalho com personagens e ótimo texto. A série deu uma boa recuperada de qualidade nesta sua sexta e sétima temporadas, embora não seja realmente a mesma série das primeiras. Mas esta campanha tem sido agradável de acompanhar, pois pelo menos, ambos os candidatos democrata e republicano são a altura do cargo, gente séria, conhecedora e competente, ao contrário por exemplo, da versão republicana na vida real em nossa própria realidade...!

15 outubro, 2005

Agora tem até "flood"...!

Que não dá para se confiar em enquetes onlines de sites isto é arquisabido, evidentemente. Tanto, é claro, que as próprias enquetes trazem alertas sobre suas prováveis imprecisões, considerando que não tem nada mais fácil do que conseguir votar mais do que apenas uma vez nestas enquetes. Contudo, teve duas destas enquetes onlines que me chamaram a atenção. Vamos a elas.

Enquete da Folha Online sobre o Referendo, por volta das 15:30 de 15/out:


Enquete do UOL sobre o Referendo, por volta das 15:30 de 15/out:

Ambas as enquetes ficam meio que "próximas" na Internet, considerando que a Folha Online é hospedada pelo próprio UOL, e muitos links dele vão para a própria Folha Online. Mas então, como explicar a razoável diferença entre uma enquete e outra? A teoria que eu tenho se relaciona com dois fatos principais. Primeiro, até o momento em que fiz estas duas capturas-de-tela, a chamada na página do UOL para a sua enquete estava muito melhor destacada do que a chamada na página da Folha Online para a sua própria enquete. Enquanto a do UOL estava logo abaixo da caixa de manchete principal, a da FOL estava em uma área bem mais abaixo na página, em menor destaque -- isto ajuda a explicar, também, a considerável diferença entre a quantidade de votos totais de ambas, quase sete vezes mais para a do UOL. E em segundo lugar, a enquete do UOL também está sendo muito mencionada em inúmeras comunidades relacionadas ao Referendo no Orkut, bem como listas de e-mail e afins.

A conclusão que se pode imaginar é que partidários de ambos os lados no Orkut, e também em outros fóruns e listas, espalharam mensagens pedindo para que votem a favor de uma ou outra opção na enquete do UOL, o que fez com que esta sofresse uma torrente de visitas estimuladas, enquanto a da FOL, por estar em menor destaque, recebeu muito mais visitas meramente espontâneas. Relacionado a este ponto, é de se mencionar também que até ontem, sexta-feira à noite, enquanto as notícias sobre a enquete do UOL ainda não tinham se espalhado tanto, a diferença de votos em favor do Não na enquete do UOL era semelhante a da FOL, perto de 70 por cento de apoio. Contudo, como eu não tenho uma caputura-de-tela de ontem para suportar esta minha afirmação, não vou pedir ao leitor aceitar esta minha última afirmação em particular apenas pelo valor da face; mas acho que é interessante mencionar, pelo menos.

Agora, tudo isto que eu especulo aqui quer dizer que o apoio ao Não é necessariamente tão sólido assim? De forma alguma; como eu disse, não se dá para confiar cegamente em enquetes online. Mas foi algo que me chamou a atenção o bastante para merecer uma avaliação um tiquinho mais cuidadosa.

Oh, mas estes comunas impetuosos...

Treasure Chest foi uma revista em quadrinhos editada nos EUA entre os anos 40 e 60 por uma editora chamada "Catholic Guild" (bom, já vamos vendo). Nesta seqüência de números publicados em 1961, há uma história sobre uma "tomada comunista dos EUA" e posteriormente a "história do comunismo".

Mas é tanto erro histórico, tanta situação implausível, tanta distorção sem cabimento, tanta ingenuidade por personagens completamente perdidos que a coisa é capaz de azedar leite, trincar concreto e fazer bebês chorarem. Simplesmente hilária a obra, quase caí da cadeira de tanto rir em dadas passagens...!

Os que me conhecem bem sabem que se tem algo que não sou, é de esquerda -- sou tão a favor do Liberalismo que faria o Roberto Campos corar de vergonha. Mas ridículos como este não dá para agüentar. Mesmo para os padrões americanos de quadrinhos dos anos 60 a narrativa parece exagerar o tom. Se idiotices como esta não prestavam um deserviço à própria causa que alegam defender já na época em que foram publicadas, certamente fariam isto agora, onde seu ridículo fica completamente óbvio.

iDiota

"Lançamento" do iProduct

Bwhahaha, beeeeeem verdade, não há como negar...!

14 outubro, 2005

Arre...!

Demorou mas saiu, huh: Segundo a pesquisa do Ibope divulgada pela Rede Globo, o Não está com 49% contra 45% do Sim.

Ahhhnnnn... interessante. Cabeça a cabeça, com vantagem para o Não. Eu estava bastante pessimista um tempo atrás, mas pelo jeito, se perder, pelo menos não vai ter sido sem uma briga boa.

Ver a reação inicial dos defensores do Sim a esta primeira pesquisa ampla tem servido para mostrar bem a mentalidade detrás de sua agenda de intenções: lá vem a correnteza de desculpas a lá Seleção Brasileira -- o campo que é pequeno, a bola que é redonda, o juiz que é ladrão. Como por exemplo, a velha "O Lobby da Bala é forte no Brasil". Bwhahahaha...! Acham que tem lobby pró-arma forte no Brasil? O "lobby" pro-arma no Brasil é uma piada. Se no Brasil tivéssemos algo como o Instituto de Ação Legislativa da NRA, aí sim se iria ver o que é mesmo lobby forte.

A pesquisa por pesquisas continua...

Segundo a Folha de S. Paulo de hoje, a campanha pelo Sim está procurando fazer alguns ajustes internos e de comunicação para reverter a queda na vantagem com que contam. Vantagem esta apurada, segundo consta, por "pesquisas internas".

Puxa, bom para eles que estejam podendo ursufruir de informação, pois até agora, não encontrei explicação razoável para a completa falta de pesquisas de intenção de voto neste Referendo. Aqui e ali se menciona sobre "Ah, as pesquisas isto" e "as pesquisas aquilo", mas que pesquisas? Não houve nada amplo ou largamente divulgado, como em toda eleição regular. Como já comentei neste espaço antes, a última pesquisa do Datafolha a respeito foi em 1 de agosto, portanto não realizada em um contexto de campanha como estamos agora, e é ridículo que ainda se mencione esta pesquisa defasada como "segundo as pesquisas" o Sim estaria com 80% de intenções de votos.

Mesmo se formos considerar uma eventual proibição de divulgação de pesquisas nos 15 dias que antecedem o pleito, neste caso as pesquisas deveriam ter sido interrompidas no dia 8 último. Mas por grande parte de agosto, setembro inteiro e começo de outubro, não se teve nenhuma pesquisa ampla realizada e largamente divulgada. Em eleições regulares, os grandes institutos conseguem manter um fluxo de pesquisas praticamente semanal, entre a divulgação dos resultados de um e outro.

13 outubro, 2005

Vamos falar do Referendo

É interessante que já fique claro que este missivista é a favor do "Não". Desde pequeno sou um entusiasta sobre armas, procuro conhecer mais sobre o tema com leituras e pesquisas, conhecer a história e evolução da tecnologia, políticas relacionadas a respeito, e até mesmo faço parte dos quadros de associados da National Rifle Association, nos EUA. E, embora o esporte de prática regular deste missivista seja o arco-e-flecha olímpico, vez e outra acompanha colegas praticantes de tiro prático em seus treinos, tudo com a maior seriedade e uma rígida preocupação com segurança que beira a obsessão – coisa absolutamente necessária.

Daí uma certa demora em tocar no assunto, por incrível que pareça. Mas sabe quando você está tão enfadado de um dado assunto que, mesmo sendo coisa de seu interesse, você realmente não se sente propenso a falar a respeito? Pois é tanta idiotice, tanto achismo, tanta imbecilidade, tanto ignorante-no-tema dando pitaco sem embasamento e sem argumentação bem fundamentada que já estou me aproximando de uma situação em que sequer lembrar da existência do Referendo já basta para me dar asco.

E é importante considerar que isto não ocorre devido apenas a esta ignorância generalizada que está impregnando o "debate" sobre os pontos particulares da questão – se a criminalidade vai cair ou não, contrabando, vítimas, acidentes, estatísticas retiradas do próprio rabo, falta completa de pesquisas sérias a respeito, e poraí afora. O meu problema com o Referendo é mais conceitual, e está principalmente contra ele per se.

Segundo dados do TSE, a última eleição geral no Brasil, para Prefeitos e Vereadores em 2004, custou cerca de 600 milhões de reais. Considerando que o Referendo, por não envolver diretamente as máquinas partidárias e um número grande de candidatos, deve ser então uma eleição mais simples. Ainda assim, é de qualquer modo uma mobilização eleitoral geral no país, e como as eleições brasileiras são no seu todo bem gerenciadas e completamente informatizada e todo os quetais, a conta ainda deve ficar grande, e destes 600 milhões de reais da eleição passada, não é irreal imaginar que esta deva pelo menos custar um terço disto... 200 milhões de reais, digamos.

Agora, o que este tema tem em particular que faz com que ele mereça tamanha logística de se convocar um referendo deste porte para decidir um mero aspecto dele como um todo, considerando que não é o Estatuto do Desarmamento inteiro que está sob discussão, mas apenas o previsto no Artigo 35 dele, sobre a proibição da comercialização daqui para a frente? Outros polêmicos e importantes temas, como ampla reforma política, por exemplo, não são considerados para consulta popular nestes moldes. Mas mesmo que fossem, acredito que não deveriam ser, pois a idéia em si de referendo e plebiscito são péssimas idéias, se levada a cabo com freqüência demasiada, ou como no caso deste Referendo, literalmente nas coxas no que diz respeito ao que, afinal de contas, está sendo debatido e decidido. Pode soar elitista e antidemocrático, mas se avaliarmos a questão com seriedade e de forma racional, veremos que é bem o contrário.

O Fulano de Tal, ou seja, brasileiro médio como um todo, simplesmente não tem o interesse, capacidade, predisposição ou sequer tempo para debruçar sobre questão de tamanha complexidade e avaliar todos os aspectos relacionados. Não é realmente algo ideal, mas é a realidade. E por conseqüência, esta é uma das razões fundamentais para a existência de duas Câmaras Legislativas nesta República, não? O próprio conceito de legislativo é justificável por isto: como os debates e decisões para se gerir uma sociedade complexa e grande como uma nação moderna de cerca de 180 milhões de habitantes são algo que demandaria demais do cidadão médio, a sociedade então optou por um formato de governo onde não se toma todas as decisões diretamente, mas sim se elege representantes para tomarem estas decisões. Pois se não for assim, o resultado acaba sendo não uma república democrática, mas sim uma ditadura da maioria, e as conseqüências podem ser as piores possíveis. Vamos avaliar um exemplo real de como um pouco desta situação pode gerar problemas.

Recentemente, a Califórnia se viu dentro de um grave enrosco fiscal que quase leva este estado dos EUA a falência, de gravidade intensa o bastante para aquele estado decidir por uma "eleição-recall" na qual Arnold Schwarzenegger foi eleito novo Governador do Estado. Mutcho bene. Mas como a Califórnia chegou a tal situação?

No final dos anos 60 e início dos 70, houve na Califórnia um plebiscito no qual a maioria do povo podia decidir pela revogação ou não de diversas taxas públicas relativas a posse imobiliária. O plebiscito aprovou a proposta, e muitas destas taxas foram revogadas. Como este estilo de decisão nunca foi completamente estranho aos americanos em geral, os californianos se animaram com plebiscitos e fizeram outros. Só que nestes outros plebiscitos, a maioria do povo começou a decidir em favor de pontos tais como obrigatoriedade do estado em usar X de sua arrecadação em educação, decidir por construção de obras enormes, decidir por mais modificações fiscais e de arrecadação, etc, etc.

Então as coisas começaram a entrar em contradição: a maioria do povo decidiu por menos taxas. Mas a maioria do povo também decidiu por maior gastos em todas as áreas da administração pública. Isto foi indo, foi indo, e agora, a Califórnia estava na situação patética em que se encontra na ocasião, afundada em dívidas e pedindo a cabeça do Governador, ao que levou a eleição-recall.

E agora, José? A maioria do povo quer que todas as fatias da torta sejam enormes. E não interessa o quanto você explique para determinadas pessoas que se ela votar em X em um dado plebiscito, e em Y em outro, tais coisas serão contraditórias e se anulam mutuamente, ou algo assim. Há sempre determinadas pessoas que não querem saber, ou não se importam o bastante com a questão para avaliarem a coisa com critério e ver os possíveis pontos incompatíveis entre determinadas propostas. Teríamos que esperar de todos os eleitores, cada um deles, fazer ponderações e considerações racionais as quais nem todos tem o discernimento, o bom senso ou meramente o tempo necessário para tal. Com toda a certeza, ia acabar tendo pessoas que iam também querer que todas as fatias da torta fossem grandes.

Isto é um estilo esquizofrênico de governo, e é uma das razões pelas quais considero que a ditadura da maioria não é uma maneira viável de se manter uma sociedade. É para evitar este tipo de coisa que os sistemas democráticos devem possuir casas legislativas fortes e sérias, e relevantes ao exercício da administração pública, e as quais realmente representem o povo. Plebiscitos a torto e a direito é algo que eu acredito que na melhor das hipóteses só seria viável em improváveis sociedades utópicas ou em comunidades muito, muito pequenas, onde um debate detalhado pode ocorrer. Por isto que diversas cidades americanas usam a ferramenta nas chamadas "town meetings", mas porque tais comunidades são pequenas o bastante para isto.

12 outubro, 2005

Homenagem aos Joaquins do Brasil

Alguns dias atrás, ganho de meu bom amigo Carlos Domingos um presente de peso, não há dúvidas: um conjunto com a reprodução em fac-símile dos 21 exemplares da revista Joaquim, reprodução esta realizada pela Imprensa Oficial do Estado do Paraná.

Joaquim foi uma revista cultural editada por
Dalton Trevisan, entre 1946 e 1948 em Curitiba, e se destacou de muitas maneiras por seu perfil vanguardista e criativo. Por seus 21 exemplares editados, Joaquim contou com artigos, ensaios e resenhas de autores como Mário e Oswald de Andrade, José Lins do Rego, Hélio Pellegrino, o próprio Dalton Trevisan e diversos outros, além de traduções de textos como de Jean-Paul Sartre, James Joyce, e Franz Kafka, na primeira vez que o trabalho deste escritor tcheco foi traduzido para Português no Brasil. A revista também era ricamente ilustrada, com trabalhos de alguns dos grandes da época, como Cândido Portinari e Di Cavalcanti.

Estou lendo o número 4, no momento. Não que eu já tenha avançado tanto assim na coleção, a saber – escolho um em particular entre os tantos, e começo a ler. Gostaria de poder fazer isto também enquanto uso o Metrô daqui de São Paulo como sempre faço com livros, mas e o medo de que o exemplar, maior do que a típica revista de hoje em dia, se danifique na minha mochila, no bater de todo dia?

Seja como for, o que leio agora tem entre outros textos, há um poema de T.S. Eliot, Os Homens Ocos, traduzido por Vinícius de Moraes; um artigo sobre filosofia e arte escrito por Erasmo Pilotto, e um ensaio entitulado Elegia ao Amigo Morto, escrito pelo próprio Dalton Trevisan. Até mesmo os pequenos anúncios da revista são divertidos de se ler, memórias que são do cotidiano da Curitiba dos anos 40. A Camisaria Urca, por exemplo, estava liquidando seu sortimento de casacos e capas para senhoras, na sua loja à Rua Monsenhor Celso, no número 30. Não tem mesmo como deixar de apreciar-se a revista pelo seu todo...!


Para mais sobre a obra e sua atual reedição, este link é a recomenda deste missivista.

11 outubro, 2005

Jogo de Papel e Caneta

A recente fuçada que promovi em tranqueiras antigas fizeram vir a tona em velhos cadernos um jogo de papel-e-caneta, que este missivista disputava muito quando estudava no Uspício. Pensado para servir de disputas de batalhas espaciais onde naves com caças estelares se confrontam, a dinâmica do jogo basicamente é usar como "movimento" dos caças e disparo das armas o deslize de uma caneta pelo papel onde se desenhou o tabuleiro, como a imagem abaixo demonstra.

Onde a linha desenhada pelo deslize terminar, é até onde foi o movimento daquela jogada. Fora este conceito básico, praticamente todas as demais regras são bastante customizáveis: se a vitória deve ser determinada pela destruição completa dos caças e armas principais do outro lado, ou se a nave tem um ou mais "pontos fracos" a serem atingidos; se existem diferentes alcances para as diferentes armas disponíveis na nave-capital de cada lado (digamos, uma deslizada para canhões, duas ou mais para mísseis ou torpedos); se os caças em si podem disparar seus próprios mísseis ou se uma mera "colisão" com o alvo é para se considerar como o tiro; e assim por diante.

Praticamente um sem-número de cenários é possível, e alguns dos favoritos deste missivista na época eram cenários de guerra naval (bombardeiros navais Tu-26 soviéticos contra grupos de porta-aviões dos EUA no Atlântico Norte, por exemplo), entre naves da versão antiga de Battlestar Galactica, e entre naves de Star Wars, o qual usei para uma rápida reproduzida do geral de uma batalha deste tipo de joguinho.



Como podemos ver, uma desvantagem do conceito é que o tabuleiro pode ficar muito bagunçado, muito rápido, além do fato de que não dá para realmente manobrar as naves principais. Mas faz parte.

Algo que eu sempre achei muito curioso é que jamais vi referência a este jogo fora desta minha antiga escola. Algum tempo atrás, um colega de um outro fórum, nos EUA, afirmou que já jogara antes algumas variações deste jogo, o que demonstra a existência de referências a este conceito pelo menos em outros países -- mas foi só até agora. Seja como for, sempre achei extremamente improvável que tal coisa tivesse sido inventada por nós, nada menos.

10 outubro, 2005

Imagens de um Futuro Interrompido

Sim, é óbvio que se trata de mero "photoshopagem" esta imagem de um A-380, claro -- e não tão bem feita assim, diga-se de passagem. Mas seria muito, muito legal se fosse verdadeira, não há a menor dúvida.

09 outubro, 2005

Pesquisa: você é contra ou a favor de se pesquisar no referendo?

Nós estamos no limiar de um referendo que tem todo o porte e estrutura de uma eleição grande e ampla. Contudo, onde é que estão as pesquisas de opinião feitas pelos grandes institutos, e amplamente divulgadas na mídia? Eu tenho reparado que não se tem noticiado nenhuma pesquisa que o Ibope, Gallup, Datafolha e afins tenham feito a respeito, da mesma maneira que ocorre com eleições gerais no país, onde pesquisas de peso são publicadas a toda hora.

No presente momento, no website do Datafolha, a única pesquisa relativa a respeito do tema data de final de julho, já longe no calendário, e não foi feita completamente no contexto de ser uma prévia do referendo. O que ocorre? Há algo nas regras do referendo que proíba completamente a divulgação de pesquisas sobre a tendência de voto ou há algo a mais nisto? Não é uma pergunta retórica -- eu estou querendo genuinamente saber, e com confirmação baseada em evidência clara, sem achismos, ao contrário de muita coisa que está rolando sobre o referendo em si.

A tempo: este missivista apoia o não, mas volto neste ponto em breve.

O Dia Seguinte, mas a 11 de setembro

Tendo a chance, é interessante se assistir a um filme chamado Last Best Chance, que tem sido distribuído gratuitamente e que deverá passar na HBO americana em algumas semanas -- não duvido portanto que demore a sair na versão brasileira do canal.

Last Best Chance é uma produção independente realizada por uma combinação de instituições e "tinker tanks" dos EUA, e que tem a declarada intenção de gerar atenção politica para o perigo de terrorismo nuclear, e se buscar maneiras de aumentar o esforço federal americano a tratar com mais seriedade a questáo. Pode parecer incrível, mas ao se analisar a maneira pela qual a Administração do Dubya vem levando a sua "Guerra ao Terror", ainda não se encara com a devida seriedade esta questão. Dubya e sua cupinchada tem desavergonhosamente desperdiçado valiosos recursos de inteligência e militares dos EUA para ficarem de inventar moda no Iraque, o que está compromentendo seriamente a segurança e defesa dos Estados Unidos.

Como o perigo de um atentado baseado em meios nucleares é um tema recorrente em filmes hollywoodianos, foi o que de certa forma incentivou a produção deste em particular. Last Best Chance contudo deixa as típicas pirotecnicas de lado, e procura usar o aspecto mais sutil dos típicos valores-de-produção de um filme com drama e intriga, de modo a ficar mais focado nos aspectos mais pertinentes, procurando reproduzir de maneira mais verossímel a cadeia de eventos que pode levar a um atentado com artefato nuclear.

07 outubro, 2005

Filosofia de Botequim do Dia

Leio recentemente em algum .sig pela Internet: De muitas maneiras, o exercício da ciência é como fazer sexo: algumas vezes alguma coisa de útil resulta disto, mas não é apenas por isto que fazemos.

No mínimo, uma ótima definição, bwhaha.

06 outubro, 2005

OMG, LOL!

Como se não bastasse a meteção-de-sorvete-na-testa da sessão "Cyber Movie" do canal a cabo Tele Cine, onde as legendas são escritas com abreviações das palavras no estilo de salas de chat, só para que seja naquele jeito "gracinha" e pseudo-prático de "axim" e "estah", agora é a vez da Bíblia passar por este tratamento ridículo -- como se coisas ridículas já estivesse muito em falta no que é descrito nela per se. Como esta matéria a CNN Internacional descreve, a Sociedade Bíblica da Austrália converteu todos os mais de 30 mil versículos da obra para o estilo de Inglês utilizado em mensagens SMS para celulares.

Que divulgar uma obra literária de maneira eletrônica, e de modo que possa ser lida por mensagens SMS? Beleza...! Só que realmente se precisa fazer este acinte que é "papo de chat"? Evidente que não, uma vez que eles certamente não usaram um teclado de celular para escreverem o texto para SMS disponível no website, huh? E esta conversa fiada de "melhor para transmitir por SMS" não cola. Receber um ou dois versículos de vez em quando não deve gerar tanto tráfego de mensagem de texto assim, o que torna a coisa perfeitamente aceitável. E se alguém quer realmente tanto assim ler tanto texto bíblico no celular que se precisa comprimir para valer o texto, então este alguém está precisando é rever suas prioridades.

05 outubro, 2005

Onde está sua licença para embuchar, cidadã?

Segundo consta, alguns legisladores Republicanos no estado de Indiana estão proponto um projeto de lei que tornaria pré-requisito obrigatório para uma mulher desejando usar de algum tipo de inseminação artificial para ter filhos, que ela primeiro prove que esteja devidamente casada. Ou seja, tornaria ilegal para mulheres legalmente solteiras poderem ter filhos por inseminação artificial de qualquer espécie, e a proposta inclui até mesmo penas previstas no caso de violações.

Bwhahaha, a coisa é tão ridícula que a torna até mesmo algo despreocupante. Vez e outra, para apaziguar os fundies religiosos sem-noção, projetos de leis imbecis como este acabam surgindo, seja em Indiana, seja em outros estados americanos, mas as chances de que sejam aprovados são absurdamente perto de zero. E mesmo que este em particular passasse -- e estamos falando de um enorme "se" -- a Suprema Corte dos EUA iria explodir isto em pedacinhos, para se dizer o mínimo.

É de se considerar também que a agenda de intenções dos fundies com esta proposta também inclui portanto uma maneira "stealth" de que casais de lésbicas também não possam poder ter filhos, considerando que isto impediria qualquer uma das duas mulheres do casal procurarem inseminação artificial como maneira de poder ter filhos. Muito sabido da parte deles.

04 outubro, 2005

Para quem já tem de tudo

Caso deseje ter um endereço de e-mail no mínimo diferente, pode criar uma conta de webmail gratuito neste serviço, onde o seu endereço pode ser seunome@abcdefghijklmnopqrstuvwxyzabcdefghijklm
nopqrstuvwxyzabcdefghijk.com, ou nada menos do que um domínio de 63 caracteres, o que deve fazer dele o mais longo endereço de webmail do mundo. Longo o bastante para alguns outros servidores de e-mail o confundirem com spam ou clientes de e-mail não terem capacidade de o configurarem por o campo de e-mail não ter sido previsto para tão longo endereço. Curioso, no mínimo.

Ferramentas de Pesquisa

Ter boas fontes de pesquisa é algo que sempre é bom ter a mão para qualquer debate. Para este efeito, uma das variantes pouco conhecidas do Google é o Google Scholar, mas que se trata de uma ferramentazinha extremamente útil em diversos momentos. O Google Scholar faz buscas em trabalhos acadêmicos, tanto em trabalhos que estejam com seu conteúdo completamente online, tanto quanto meramente trabalhos referidos apenas para fins de indexação (e que posteriormente precisariam ser consultados in loco nas bibliotecas das universidades que os geraram, digamos). A ferramenta já se mostrou eficiente mais do que apenas uma vez para este missivista, para consultas diversas a respeito de dados que precisavam de embasamento para serem bem argumentados, e é ótimo complemento à busca regular do Google, tanto quanto ao Google Print, a que busca em textos na íntegra de livros.

A Força é forte com este

Com este tipo de criatividade do fandom, não sei realmente para que é que raios se precisaria de uma Nova Trilogia, mesmo. Eu nem quero imaginar a que parte do Universo Expandido da saga esta hilária imagem deve fazer referência, he, he, he.

03 outubro, 2005

Contra burguês, vote Bento 16

Segundo consta, diversos Bispos estão reunidos no Vaticano para passarem para Bento 16 algumas recomendações doutrinárias em relação a Igreja Católica. E entre os temas sendo considerados para recomendação, está a questão de que políticos católicos que tomem decisões de estado que contradigam posições da Igreja Católica sejam impedidos de comungar em missas e ritos católicos. Um exemplo em particular é discutido neste artigo, que cita que o apoio do Primeiro Ministro canadense Paul Martin, a casamentos gays.

Além de isto ser claramente outra manifestação da Igreja Católica de querer meter seu bedelho aonde não deve, ao desejar impor para um grupo inteiro de pessoas as doutrinas que deveriam esperar apenas e tão somente dos fiéis dela, isto até mesmo poderia vir a ser considerado literalmente como uma ameaça do Vaticano pessoalmente contra um chefe de estado estrangeiro, no caso de Paul Martin. Claro, o que torna a coisa inócua é que a ameaça per se é de uma irrelevância enorme – não há razão alguma para acreditar que o Primeiro Ministro canadense, independentemente de quão fiel ele seja, esteja realmente se importando com esta possibilidade. Mas isto diz muito sobre como o Vaticano realmente se acha em posição de querer impor condições sobre política interna de outras nações, não importando se isto passa por cima da soberania nacional de quem quer que seja.

E se as congregações nacionais de bispos locais, tal qual a CNBB, por exemplo, se acham no direito de querer fazer lobby para pressionar por determinadas políticas por parte do Estado, então tais grupos deveriam passar a ser tratados exatamente como são: grupos que não devem ser considerados como meramente de caráter religioso, mas sim de ativismo político, e portanto, passarem a ser encarados como tais e terem todas as limitações e regulamentações relativas. E para não falar nada, é claro, que certamente isto recairia também na questão de que então existiriam grupos de interesse específicos sendo controlados por um estado estrangeiro, no caso, o Vaticano.

Newsflash para Bento 16 e seus Bispos: a autoridade do estado do Vaticano em se meter em questões internas de nações deve ser igual a zero. Portanto, é bom considerarem bem antes de quererem inventar este tipo de idiotice que é claramente de uma petulância arrogante.

01 outubro, 2005

Sim "Budget"

Um joguinho bacana na web que eu recentemene encontrei foi um simulador para o Orçamento do governo dos Estados Unidos, desenvolvido pelo Centro de Pesquisa Econômica da Universidade da Califórina em Berkeley. A pessoa pode redefinir aumento ou cortes em inúmeros programas governamentais, bem como definir aumento ou cortes em impostos, e ver como é que o orçamento dos EUA pode ser equilibrado, aumentando-se ou diminuindo o déficit, e poraí afora. Claro, considerando que se trata de uma simulação simplificada, não se pode esperar uma precisão gigantesca em contraste com o que é o real da coisa, mas pelo menos, o simulador procura cobrir todas as áreas básicas de gastos e impostos.

Nas duas vezes iniciais que este missivista jogou, primeiro reduziu o défict em coisa de uns 10 bilhões de dólares, e na segunda, o aumentou em 45 bilhões. É verdade que dei leves aumentos em gastos de defesa e ajuda internacional, e aumentos um pouco mais substanciais em pesquisa científica, educação e energia e alguns dos programas sociais, mas alguma coisa aqui e ali de ajustes em impostos colaboraram para que a coisa não acabasse desequilibrando demais da conta, apesar dos aumentos nos gastos.


Obviamente, para se usar como ferramenta mais precisa para analisar gastos governamentais, se precisaria de um booooom estudo por parte do jogador em todas as áreas envolvidas, claro -- mas foi interessante um par de jogadas na base da palpitada. E mesmo sendo específico ao caso dos EUA, e portanto contendo elementos bastante específicos de política doméstica americana, acho que é um ferramentazinha interessante que merece uma visita de todos, para ajudar a ter uma idéia global sobre como saber equilibrar adequadamente aumentos e cortes tanto de gastos públicos como impostos em geral. Se houvesse uma versão brasileira do mesmo projeto seria uma boa, sem dúvida alguma.