Considerando que o material disputando os páreos dos Prêmios da Academia deste ano era apenas morno, quando muito, o que deu bom equilíbrio para a noite foi certamente a presença do Jon Stewart, do Daily Show, como Apresentador da Entrega deste ano.
As reações da platéia foram um bom barômetro do tipo de audiência que uma entrega do Oscar tem: as pessoas ali são claramente do tipo que gostam de bancar os descolados ao rirem de piadas que alopram outras pessoas e especialmente de outras visões políticas que não as deles mesmos. Mas faça piadas voltadas sobre eles, coisa que Stewart fez, e o que se foi exatamente aquilo: o establishment hollywoodiano respondendo só com risadinhas e sorrisos amarelos. Não é o tipo de platéia a qual responde melhor ao tipo de humor que Jon Stewart coloca em campo, mas apesar disto, até que ele foi muito bem -- uma das melhores performances em tempos recentes de um mestre de cerimônias para Oscar, a um parsec de distância de Woppie Goldberg, David Letterman e principalmente Billy Cristal.
Mas pelo menos, por falta de representante brasileiro na categoria de Melhor Filme Estrangeiro, pudemos este ano ser poupados da inevitável "Vamos transformar Oscar em Copa do Mundo, weeeee!", atitude típica do público brasileiro, sempre acostumado a, antes da entrega, querer ver na premiação algo que ela não é... e depois da entrega e falta de vitória, aí sim vir com o papinho de "Oscar é coisa de indústria americana". Puxa vida, e em outras notícias, cientistas descobrem que a água é molhada.