Segundo consta, diversos Bispos estão reunidos no Vaticano para passarem para Bento 16 algumas recomendações doutrinárias em relação a Igreja Católica. E entre os temas sendo considerados para recomendação, está a questão de que políticos católicos que tomem decisões de estado que contradigam posições da Igreja Católica sejam impedidos de comungar em missas e ritos católicos. Um exemplo em particular é discutido neste artigo, que cita que o apoio do Primeiro Ministro canadense Paul Martin, a casamentos gays.
Além de isto ser claramente outra manifestação da Igreja Católica de querer meter seu bedelho aonde não deve, ao desejar impor para um grupo inteiro de pessoas as doutrinas que deveriam esperar apenas e tão somente dos fiéis dela, isto até mesmo poderia vir a ser considerado literalmente como uma ameaça do Vaticano pessoalmente contra um chefe de estado estrangeiro, no caso de Paul Martin. Claro, o que torna a coisa inócua é que a ameaça per se é de uma irrelevância enorme – não há razão alguma para acreditar que o Primeiro Ministro canadense, independentemente de quão fiel ele seja, esteja realmente se importando com esta possibilidade. Mas isto diz muito sobre como o Vaticano realmente se acha em posição de querer impor condições sobre política interna de outras nações, não importando se isto passa por cima da soberania nacional de quem quer que seja.
E se as congregações nacionais de bispos locais, tal qual a CNBB, por exemplo, se acham no direito de querer fazer lobby para pressionar por determinadas políticas por parte do Estado, então tais grupos deveriam passar a ser tratados exatamente como são: grupos que não devem ser considerados como meramente de caráter religioso, mas sim de ativismo político, e portanto, passarem a ser encarados como tais e terem todas as limitações e regulamentações relativas. E para não falar nada, é claro, que certamente isto recairia também na questão de que então existiriam grupos de interesse específicos sendo controlados por um estado estrangeiro, no caso, o Vaticano.
Newsflash para Bento 16 e seus Bispos: a autoridade do estado do Vaticano em se meter em questões internas de nações deve ser igual a zero. Portanto, é bom considerarem bem antes de quererem inventar este tipo de idiotice que é claramente de uma petulância arrogante.