23 setembro, 2005

Eleição na Câmara

Mais uma vez, temos a oportunidade de assistir esta atual Administração no Planalto, mais o PT, demonstrarem sua incapacidade de articular adequadamente qualquer coisa que seja. Mesmo escaldados pelo fiasco da eleição para Presidente da Câmara que resultou nesta posição sendo tomada pelo fuinha-sem-noção de Severino Cavalcante, o governo está novamente conseguindo acelerar na direção da parede, em um momento que precisa de uma vitória razoável no Congresso, para pelo menos conseguir dar uma camuflada no fato que a sua "base" está dissolvendo como gelatina fora da geladeira.

Mas, como se pode acompanhar de Brasília, as meteções-de-pés-pelas-mãos governistas continuam. Primeiro passam pelo constrangimento de colocarem Arlindo Chinaglia, o líder do governo na Câmara, como seu candidato, para no dia seguinte acabar tendo que abrir mão disto. E disto para então optarem (sem inteção de trocadilho) por ninguém menos que Aldo Rebelo. Fora o fato de pertencer a um partido tão irrelevante quanto insuportável, Rebelo também era o líder da Coordenação Política na ocasião da meteção-de-pé-pela-mão original que garantiu a Severino a eleição. O Planalto nunca soube realmente o que fazer afinal de contas com seu "coordenador político", e não surpreendentemente, tal coisa colaborou bem na sua derrota original.

E agora, está usando o pouco que lhe resta de músculo para colocar Aldo Rebelo no segundo turno, o que muito provavelmente vai acabar garantindo a José Nonô, nome preferido da oposição, a vitória; isto é claro se nenhum dos que estão correndo por fora se tornar uma segunda surpresa. Enfim, a atual Administração no Planalto requentam o mesmo prato que degustaram da última vez, só usando outros meios. Mas nem se no lugar de Lula estivesse Rufus T. Firefly, acho que teríamos uma situação destas.