19 setembro, 2005

Lua Minguante para Cheia?

Embora o Katrina tenha claramente dado uma razoável torcida na agenda doméstica do Dubya, podendo ter efeitos no plano de reforma da previdência social dele (que já estava fazendo água bem antes) e a revogação de inúmeros impostos federais, somado ao problema do deficit, uma coisa parece clara: embora a estimativa da "La Dolorosa" para a necessária reconstrução das áreas afetadas do Golfo beire os 200 bilhões de dólares, isto não deve afetar absurdamente uma velha vítima de cortes orcamentários, a NASA. A possibilidade andou novamente dando as caras por estes dias, com a agência anunciando com um pouco mais de detalhes os rascunhos iniciais dos planos de retorno à Lua até 2018.

Se mais uma vez vai se tratar de "vaporware", isto ainda estamos para ver, tudo bem. Mas neste momento da coisa, existe um fator que anteriormente não houve nos últimos 20, 25 anos, digamos: se for para realmente manter o programa tripulado em operação, então a NASA claramente precisa de uma nova classe de nave para o programa tripulado. Precisa para agora. Não dá mais para adiar, considerando os problemas inerentes ao Programa STS, dos atuais shuttles. Desta forma, que alguma coisa tem que o substituir já é largamente acadêmico, e o programa do CEV está caminhando nesta direção. Portanto, um programa mais amplo que inclua o CEV, mais o aproveitamento de conceitos do programa do shuttle, mais novos desenvolvimentos, podem também viabilizar um novo programa lunar americano, e desta vez em termos práticos, sem ficar nas promessas que sempre ilustraram muitos relatórios da agência, mas que sempre eram ceifados por política e afins.

Com ou sem os gastos extras devido ao Katrina, não tem jeito -- se desejam manter o programa tripulado, a NASA vai ter que ter sua Apollo Mark II, e portanto, desenvolver o CEV já tendo vôos lunares (e mesmo marcianos) em mente é algo que certamente pode ser feito. Vamos aguardar.